 Uma das coisas que mais me impressiona na Internet é o pedido de divulgação de  algum evento (lançamento de livro, debate, etc.) enviado através de gif, jpeg ou   pdf - ou seja: como imagem. Não é preciso ter grandes  conhecimentos tecnológicos para sabermos que não dá para copiar um texto que  aparece em uma imagem e que uma imagem pesa muito mais do que um texto. Cansei  de solicitar  para que me enviem somente textos. Atualmente, se já pedi uma  vez, não peço mais, deleto e fico pensando em como as pessoas se auto-boicotam  consciente ou inconscientemente, pedindo para enviar uma informação que não pode  ser "copiada e colada". Ou então, descortesia literalmente grande, ler e-mails autopromoicionais com mais de 1.000 kbytes, em  nossos endereços de e-mails, mesmo sabendo que só há tempo de lermos as  mensagens de um único provedor diariamente.
Uma das coisas que mais me impressiona na Internet é o pedido de divulgação de  algum evento (lançamento de livro, debate, etc.) enviado através de gif, jpeg ou   pdf - ou seja: como imagem. Não é preciso ter grandes  conhecimentos tecnológicos para sabermos que não dá para copiar um texto que  aparece em uma imagem e que uma imagem pesa muito mais do que um texto. Cansei  de solicitar  para que me enviem somente textos. Atualmente, se já pedi uma  vez, não peço mais, deleto e fico pensando em como as pessoas se auto-boicotam  consciente ou inconscientemente, pedindo para enviar uma informação que não pode  ser "copiada e colada". Ou então, descortesia literalmente grande, ler e-mails autopromoicionais com mais de 1.000 kbytes, em  nossos endereços de e-mails, mesmo sabendo que só há tempo de lermos as  mensagens de um único provedor diariamente.
Também me deixa perplexa a atitude de alguns  autores que mencionam "escritor" como sua profissão. Um escritor é um escritor,  lógico. Porém não necessariamente um profissional: nunca vi, por exemplo, alguém  exercer uma profissão apenas nas horas vagas... Algum médico medica ou advogado  advoga quando quer, de vez em quando, como um passatempo em seu tempo livre?  Alguém já se aposentou pelo como escritor? Como se pode falar de uma profissão que não é legalizada, que não  tem consciência de classe — pois nem classe é —, que não possui cursos de  especialização, cuja lei autoral raramente é cumprida, e cuja grande maioria dos  autores ainda acha que literatura (poesia ou prosa) não se aprende na escola? Sem uma ação sócio-política maciça não há profissão, profissionais, profissionalismo ou profissionalização. Então  fica-se apenas a escrever textos, e, na maioria dos casos, a imaginarmos que  temos a literatura por profissão, sempre que isto for conveniente à nossa  autoestima.
Leila Míccolis
