Quem vê um livro digital não sabe como são complexos e intrincados os "bastidores" dele. A pré-produção de cada antologia de Blocos é digna de um roteiro cinematográfico (um longa...), uma novela (haja fôlego), ou de um trabalho de garimpo. Porque até nisso somos diferentes: não queremos quantidade, mas qualidade, ou melhor, autores com propostas instigantes, reflexivas, que se destacam do imenso marasmo que soterra a poesia contemporânea. Nossas antologias digitais são um modo de ajudar Blocos a manter-se, mas não é por isso que “quem paga, entra”... A seleção é criteriosa e demoramos meses na escolha de cada um dos participantes, ao todo dezessete apenas, e dos nossos convidados especiais, que solidariamente respaldam nosso trabalho de resistência cultural. O resultado é sempre muito gratificante, porém até chegarmos lá a estrada é longa. Não poderia ser de outra forma, ou nosso “amor à literatura” seria demagogia, falsidade, farisaísmo. Cuidar de todos os detalhes, com extremo carinho, requer tempo, muita dedicação e até disponibilidade afetiva para lidar com cada um dos autores em seu próprio universo. Exercício de manufatura, sensibilidade, tato, território de delicadezas.
Linkagem do meu envolvimento com coisas, animais e pessoas ao imenso frame hipertextual do mundo.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Diz-me em que Antologia estás e dir-te-ei quem és
Estou um pouco ausente do blog devido aos livros digitais de Blocos Online: A Noite Grega, de Eloah Margoni (já com 627 acessos) e o Panorama da Prosa Contemporânea Brasileira, ambos on line, com excelente repercussão. Sobre a Antologia de Prosa, o professor de Literatura, crítico e grande escritor Rogel Samuel, disse ser o "mais belo livro online" visto por ele. Ainda falta disponibilizar, porém, minha "menina-dos-olhos" a Saciedade dos Poetas Vivos (vol. 8). Eu adoro este projeto. Eu adoro poesia.
Em se tratando de poesia, muitas vezes poucos versos nos falam mais do seu autor – mesmo que seja uma obra de ficção – do que os muitos e-mails trocados, porque os poemas trazem o lado oculto de seu criador, irrevelado às vezes até para ele próprio, mas que transparece ao leitor atento e amoroso. Organizar uma antologia é um treino também de vida, precioso, para quem a coordena, uma demonstração de respeito a quem participa do livro, quase uma espécie de homenagem; é também um aprendizado de introspecção, uma responsabilidade grande, mas também uma enorme alegria quando vemos a obra concluída, e quando sentimos o orgulho dos autores – o mesmo nosso – em estarem incluídos nela. E quando alguém se incomoda com a falta de comentários por parte de outros poetas dos quais esperava alguma manifestação, sempre digo que não há motivo para alarme: aprendi em Poética que, assim como o vazio não é oco (tem eco), o silêncio não é a ausência de fala, e que é preciso aprendermos a escutá-lo, para entendermos o que ele sutilmente nos revela...
Assinar:
Postagens (Atom)
VI Encontro Nacional do Mulherio das Letras - Rio de Janeiro
VI Encontro Nacional do Mulherio das Letras. Participação especial entre as Mulherageadas: Rui de Habeurim de 18 a 22 de Outubro...