Em vez de me deitar na cama,
resolvi criar fama.
E aí comecei a fazer
versos, a mendigar editores,
como se eles fizessem grandes favores
em nos
publicar...
E de tanto batalhar, virei... poeta
— um grande passo em minha
meta,
porque em poetisa todo mundo pisa.
E quando me consideraram menina
prodígio,
consegui que um crítico de prestígio
analisasse minha
papelada.
Ele deu uma boa folheada,
pensou, pesou e sentenciou:
—
"Incrível... não tem nível..."
Juro que fiquei com muita mágoa
porque,
afinal, quem precisa de nível
é caixa d'água...
Leila Míccolis