ano novo: vida
nova
dívidas novas
dúvidas novas
vez: do revés
ao talvez (ou
ao tanto faz como fez)
hora zero: soma
do velho?
idade do novo?
o nada: um ovo
salve(-se) o ano novo!
(SP, 22/7/1926 - 8/10/1998)
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Linkagem do meu envolvimento com coisas, animais e pessoas ao imenso frame hipertextual do mundo.

E uma das notícias que eu divulguei no Twitter é que acaba de sair o livro organizado por Ulisses Tavares, "Poemas que latem ao coração", com diversos autores, inclusive eu. No release do lançamento ocorrido dia dia 28/11, havia um convite diferente: "peça ao seu cachorro para levar você". E eu complemento agora: adquira pela Editora Nova Alexandria e habitue seu cãozinho a ouvir poesia. Tenho certeza de que ele vai agradecer por você passar mais tempo com ele, fazendo-lhe este carinho. São versos e fotos de vários tipos de cachorros, para todos os gostos. Meu poema é dedicado ao nosso cão mais antigo da casa: o Leandro, vulgo Ouou. Espero que gostem e que comentem comigo.
Uma das coisas que mais me impressiona na Internet é o pedido de divulgação de algum evento (lançamento de livro, debate, etc.) enviado através de gif, jpeg ou pdf - ou seja: como imagem. Não é preciso ter grandes conhecimentos tecnológicos para sabermos que não dá para copiar um texto que aparece em uma imagem e que uma imagem pesa muito mais do que um texto. Cansei de solicitar para que me enviem somente textos. Atualmente, se já pedi uma vez, não peço mais, deleto e fico pensando em como as pessoas se auto-boicotam consciente ou inconscientemente, pedindo para enviar uma informação que não pode ser "copiada e colada". Ou então, descortesia literalmente grande, ler e-mails autopromoicionais com mais de 1.000 kbytes, em nossos endereços de e-mails, mesmo sabendo que só há tempo de lermos as mensagens de um único provedor diariamente.
Quatro haicais de Lena Jesus Ponte
Igreja fechada.
Dorme um anjo a sono solto no pátio vazio.
***
Seis horas da tarde. O sino assusta o silêncio.
Revoada de anjos.
***
Porta entreaberta Um vento assalta papéis
e rouba poesia.
***
Pousa a ave no mármore. Num leve tremor, a estátua sente o que é ter vida.
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Eu já a conhecia de nome, sabia que ela era Professora de Língua Portuguesa e de Literatura Brasileira. Porém quando Lena, aqui no I Festival de Poesia de Maricá, me ofereceu seus dois livros: Na Trança do tempo – haicais e Ávida Palavra, fiquei simplesmente encantada. Ao abrir o Ávida Palavra, ao acaso, o primeiro poema que eu li dela, “Plena”, lembrou-me a estrutura de um poema que escrevi e que pertence a uma série minha, inédita, “Lições de Poiesis”. Apresentei-o a ela e rimos bastante da nossa sinastria poética. Eu acho ambos os livros excelentes leituras. Porém resolvi divulgar quatro haicais que eu amo (os dois primeiros de Na trança do tempo, os dois últimos de Ávida Palavra), até para abordar um ângulo interessante: muita gente imagina que haicai, por ser um poema minimal, é fácil de fazer. É justo o contrário: em três versos de 5, 7 e 5 sílabas, os poetas lidam, ao mesmo tempo, com o kigo, a concisão, a fragmentação, o impacto, a originalidade no tratamento, além das metáforas precisas, exatas, para transmitirem o efeito visual, plástico, a própria vida em movimento. Porém nada disso é problema para a autora, que sabe dialogar muito habilmente com suas “cenas” poéticas, fazendo com que reflitamos mais sobre um cotidiano que nos passa desapercebido, e que a poesia graciosamente (em diversos sentidos) nos devolve.
A leitura do poema
Eis o modo certo
de ler um poema:
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Ser mãe é ser alguém que na alvorada
bendiz o brilho que anuncia o dia
trazendo a luz do sol em sintonia
com o burburinho de uma passarada.
Ser mãe é ser a doce madrugada
que põe um fim à mágoa doentia;
é ser também a força da magia
curando a febre que se faz calada.
Ser mãe é buscar sempre uma saída
para acalmar o coração inquieto
do filho que se fecha em seu afeto.
Ser mãe é estar atenta para a vida,
é ver além do amor que não deu certo,
fazendo de sua cria um ser liberto.
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Passagem de Calabar - uma análise do poema dramático de Lêdo Ivo
Co-edição: Academia Brasileira de Letras e Topbooks
com a inclusão na íntegra de "Calabar - um poema dramático", de Lêdo Ivo e entrevista com o poeta.
Prefácio de Affonso Romano de Sant'Anna
ISBN: 978-85-7475-158-0
192 páginas, R$ 45,00, já incluído o porte sob registro
Apesar de ser fundamentada na Dissertação de Mestrado da autora, em Ciência da Literatura/Teoria Literária (Letras/UFRJ), no 1º semestre de 2007, a obra é dirigida a um público maior, e não apenas à Comunidade Acadêmica. Nela, a autora tece comentários sobre o gênero épico patético e questiona a dificuldade que as sociedades tem de reconhecer seu lado épico na pós-modernidade, ao contrário do que acontece com o gênero dramático e com o lírico. No último capítulo, Míccolis também pesquisa as razões do poema dramático ser tão pouco encenado na contemporaneidade. Tendo utilizado para ilustrar sua teoria o poema dramático Calabar, de Lêdo Ivo, o volume traz também uma entrevista exclusiva com o poeta alagoano, tecendo considerações sobre o poema enfocado, poema este que é publicado ao final, na íntegra. Trata-se, pois, de livro muito abrangente, destinado não só aos professores, alunos e amantes das Letras, mas, também, aos interessados em Teatro, e aos admiradores da obra de um dos maiores poetas brasileiros vivos.
Pedidos para: blocos@blocosonline.com.br
Quem vê um livro digital não sabe como são complexos e intrincados os "bastidores" dele. A pré-produção de cada antologia de Blocos é digna de um roteiro cinematográfico (um longa...), uma novela (haja fôlego), ou de um trabalho de garimpo. Porque até nisso somos diferentes: não queremos quantidade, mas qualidade, ou melhor, autores com propostas instigantes, reflexivas, que se destacam do imenso marasmo que soterra a poesia contemporânea. Nossas antologias digitais são um modo de ajudar Blocos a manter-se, mas não é por isso que “quem paga, entra”... A seleção é criteriosa e demoramos meses na escolha de cada um dos participantes, ao todo dezessete apenas, e dos nossos convidados especiais, que solidariamente respaldam nosso trabalho de resistência cultural. O resultado é sempre muito gratificante, porém até chegarmos lá a estrada é longa. Não poderia ser de outra forma, ou nosso “amor à literatura” seria demagogia, falsidade, farisaísmo. Cuidar de todos os detalhes, com extremo carinho, requer tempo, muita dedicação e até disponibilidade afetiva para lidar com cada um dos autores em seu próprio universo. Exercício de manufatura, sensibilidade, tato, território de delicadezas.
Aniversariar dia 1º de janeiro realmente é muito especial, não só pelos fogos, pela noite colorida da virada do ano, mas também porque é o Dia da Confraternização Universal. O difícil é comemorar esta data, porque em geral os excessos da véspera fazem-se sentir, os restaurantes não abrem, todos estão meio cansados e a tal da confraternização não acontece. Mesmo sabendo que se trata de um cansaço bom, de quem comemora a vida, a vinda de um tempo melhor, e acredita nisso, a cada ano ficava mais difícil reunir as pessoas, ainda mais morando em Maricá. Há alguns anos, porém, este problema acabou, desde que passei a comemorar virtualmente o meu aniversário pelo orkut. É super gostoso ver mais de 300 amigos nos desejando saúde, felicidade e nos vibrando positivamente. Depois de tanta manifestação de apreço, como não crer em um ano cheio de bênçãos? Já agradeci personalizadamente a um por um, mas quero aqui agradecer também coletivamente a todos os que me escreveram congratulando-me pela data, quer pelo orkut, pelo hi5 ou por e-mail. Esta é a verdadeira festa, o verdadeiro significado da data: a fraternidade, o congraçamento, o estar junto. Acho que vou fazer aniversário mais vezes no ano, estipular mais uns três ou quatro, só assim multiplico esta alegria. E quem disser que isto vai fazer eu ficar mais velha mais três ou quatro vezes por ano, responderei que, ao contrário, felic/idade rejuvenece...VI Encontro Nacional do Mulherio das Letras. Participação especial entre as Mulherageadas: Rui de Habeurim de 18 a 22 de Outubro...